Quando os frutos falam...

Um dia destes, a nossa professora desafiou-nos a jogar o jogo do "Loto" e nós ficámos entusiasmados com a ideia. A Alina foi a vencedora e, por isso, fez a distribuição dos nossos "Cadernos de Escrita". Depois, cada um de nós retirou, de um saco, um cartão. Esses cartões continham imagens diferentes, as quais foram utilizadas no jogo inicial. Foi muito interessante pôr a nossa criatividade a funcionar a partir de uma imagem! Foram produzidos textos diversificados: notícias, poesias, recados, narrativas, lengalengas... A mim foi atribuída a imagem de uma banana bem amarelinha. Eu e os meus colegas divertímo-nos muito com esta actividade, porque fomos imaginativos, partilhámos os nossos trabalhos e procurámos aperfeiçoá-los. Ah!... Eu também adorei ir à sala da professora Paula do 4.º ano apresentar este meu texto! Fui a narradora e cada um dos meus colegas encarnou uma das personagens da história da minha autoria (Adoro sentir-me uma escritora!). Foi muito divertido! Agradeço a recepção que nos fizeram. Estiveram sempre muito atentos à nossa leitura. Agora, chega de palavreado e vejam se gostam da história que inventei...

A Aventura de uma banana Era uma vez uma banana que vivia numa fruteira repleta de frutos deliciosos! Lá no fundo da fruteira estavam as cerejas, as maçãs, as pêras, as laranjas e os morangos… A banana sentia-se aflita porque não queria ser comida. Então, ela fez uma proposta à sua companheira maçã: - Maçã, maçazinha não queres vir cá para cima que eu vou para aí para baixo?! Mas esta conversa não agradou mesmo nada à maçã e ela respondeu um pouco irritada: - Que ideia! Se eu for para cima de ti, ficas toda machucada! Seguidamente perguntou à cereja: - Ó cereja, cerejinha queres vir aqui p’ra cima e eu vou para aí p'ra baixo?! A cereja logo lhe respondeu: - Que disparate! Tu pensas que eu sou burra?! Se eu for para aí, comem-me primeiro… Nem penses nisso! Farta de perguntar e de obter sempre a mesma resposta, a banana amarelinha calou-se, não falou mais. Quando chegou a hora do almoço, a banana, desesperada, exclamou: - Vai ser agora! Eles vão-me comer! Ai! Ai! Ai! Foi nesse momento que a amiga pêra disse: - Tem calma! Hoje estamos salvos! A D. Maria José fez um bolo de chocolate para a sobremesa. - Mas será que eles vão comer o bolo todo agora?! – duvidou a banana. Na hora do jantar, ninguém comeu sobremesa. As peças de fruta respiraram de alívio… Ai que grande alegria! Elas tiveram muita sorte! À noite, a filha da D. Maria José foi dormir e sonhou com um amanhã cheio de sol brilhante e calorento. Imaginou-se a saborear um refrescante gelado de morango. Quando o dia nasceu, o tempo estava tal e qual como ela tinha sonhado. A Rita acordou e foi procurar a sua mãe, porém não a encontrou e resolveu escrever-lhe um recado, que deixou em cima da mesa da cozinha. Mãe: Fui a casa da minha amiga Telma. Espero que me venha buscar logo que possa, por favor!

Beijinhos Rita Logo que chegou a casa, a D. Maria José leu o recado e foi buscar a sua querida filha. Já em casa, a Rita pediu à mãe: - Mãe, apetece-me um gelado de morango… O morango, ao ouvir aquilo, exclamou: - Vai ser hoje o meu fim!... - Porquê? – perguntou a laranja. - Porque a menina Rita falou em gelado de morango e eu sei que muitos amigos meus já foram utilizados para isso! No Domingo, dia de passear, a família da D. Maria José foi de carro visitar a cidade de Guimarães. Então, os frutos começaram a conversar… A banana foi a primeira a falar: - Quem me dera estar na ilha da Madeira, nas bananeiras! Então, o morango disse: - Quem me dera estar num magnífico morangueiro! As outras peças de fruta nem tiveram tempo de falar… A casa começou a tremer e a pêra, muito assustada, gritou: - Parece um terramoto!... Mas não era… era uma fada que resolveu ajudar aqueles frutos. A encantadora fada pronunciou umas palavras mágicas: - Perlimpim… pim! Perlimpim pernas de tim… tim… para uma vida sem fim! Com estas palavras, cada peça de fruta ganhou uma nova vida, conseguindo deslocar-se sem qualquer dificuldade. Cada uma delas foi à procura da sua terra, da sua árvore… No entanto, a banana tropeçou e foi cair mesmo dentro da lancheira de uma bela menina, que ia viajar até à Madeira. Que sorte! Quando chegaram ao destino, a banana aproveitou para se libertar da lancheira e saltou tão alto que foi parar na maior bananeira daquela ilha. Parecia mentira… Mas a banana realizou o seu grande sonho… - Sinto-me super-feliz! Consegui o que sonhei! Obrigada fada madrinha!

Letícia Araújo 3.º ano – turma E – E.B.1 Devesinha